Bruno trocou um pagamento de R$ 30 mil e mais um
apartamento (acordo feito com Eliza Samúdio pouco antes de ser morta) por um
prejuízo de, pelo menos, R$ 10 milhões. A substituição parece não fazer
sentido, mas foi o que ele fez ao se envolver no assassinato e ser condenado a
22 anos de prisão. A quantia milionária em questão é o que ele deixou de
receber em salários até hoje como goleiro do Flamengo.
O contrato com o Rubro-negro foi suspenso em julho
de 2010. Até então, ele recebia cerca de R$ 160 mil mensais. Destaque do time
no título brasileiro de 2009, caso não fosse vendido para o exterior (uma
transferência para o Milan-ITA vinha sendo especulada) o ex-goleiro se
beneficiaria da onda inflacionária que invadiu o futebol a partir do ano
seguinte.
— Em 2011, o mercado viveu um boom causado pelos
novos contratos de TV e patrocínio. A partir desse ano, Bruno certamente
estaria ganhando na casa dos R$ 300 mil — calcula Fernando Ferreira, sócio da
Pluri Consultoria, especializada nas finanças da bola.
Além disso, o goleiro jogou por terra a valorização
de seu passe. Mantendo a trajetória ascendente dentro dos campos, Bruno valeria
para o mercado cerca de 6 milhões de euros (R$ 15,4 milhões). É quanto um clube
teria de pagar hoje para tirá-lo da Gávea. Esse é o valor de goleiros que
seguiram adiante na carreira e atualmente são referências da posição no país,
como Victor, do Atlético-MG, e Cássio, do Corinthians. Uma convocação ainda
jogaria esse valor para cima.
— Goleiro é a posição menos valorizada. Mas, aos 28
(idade de Bruno), ele está no auge do valor de mercado. Diego Alves, do
Valencia-ESP e da seleção, hoje vale 8 milhões de euros (R$ 20,5 milhões). Se
Bruno fosse convocado, também valeria isso — concluiu Fernando.