Após inúmeras reclamações de moradores de diversos bairros do Itaim Paulista, todas apontando o descaso do poder público municipal com questões de grande intere=sse da população como: coleta de lixo, entulhos, lixos em terrenos baldios, buracos no viário, etc., a equipe de reportagem do Jornal Folha do Itaim & Curuçá esteve em alguns dos locais denunciados e constatou de perto a precariedade no atendimento da população, em situações de abandono com grandes riscos à integridade dos moradores e à saúde pública, como é o caso de bueiros entupidos, esgotos a céu aberto e péssima coleta de lixo.
Não é de hoje que a periferia de São Paulo, principalmente o extremo da Zona Leste da cidade, sofre com a falta de atenção dos governos, entre promessas de melhorias e melhor qualidade de vida. O que se nota é a falta de comprometimento social para com estes cidadãos, cuja população é em sua grande maioria de baixa renda, embora seja o maior colégio eleitoral da cidade.
Em meio à busca de informações, a equipe de reportagem se depara com a calçada do Campo de futebol Tossan (localizado na rua Zeferino Ferraz, no bairro do Camargo Novo). Esta rua se encontra totalmente interditada por motivo de desmoronamento, chegando a colocar em risco a vida dos moradores que residem em frente ao local, como também daqueles que passam por esta “meio rua”.
Em entrevista ao Folha do Itaim, a moradora Sandra Gomes afirmou ter medo que sua casa desmorone a qualquer momento, “estamos nesta situação há meses, já ligamos para os órgãos responsáveis e o que eles fizeram foi apenas interditar o local, mas até agora nada de vir resolver o problema. Meu medo é que em dia de forte chuva eu perca minha casa. Estou indignada com a situação de descaso desse prefeito", lamenta a moradora.
Outra situação precária que foi flagrada pela nossa equipe é o acúmulo de lixo e a falta de saneamento básico, no Jardim Nélia, e o que mais impressiona é a localização, pois fica ao lado do AMA (Assistência Médica Ambulatorial) da região, o que aponta um descaso ainda maior dos órgãos responsáveis.
Segundo um morador que não quis se identificar “este amontoado de lixo podre faz dias que está aqui sem destino, é inevitável a proliferação de ratos, baratas e outros bichos peçonhentos que invadem nossas casas”. Ainda ressaltou o morador indignado: “Estamos esquecidos aqui pelo prefeito da cidade, pagamos nossos impostos, por isso, também fazemos parte da cidade”.
Ainda no Jardim Nélia, na rua que fica atrás do AMA, a situação é assustadora, pois logo no fim da rua, deparamos com um córrego entupido de lixos e entulhos, dá para notar o risco que correm os moradores daquele local.
“Além de transmitir doenças, aqui o nosso maior medo são os acidentes com as crianças, pois muitas crianças já caíram neste córrego sujo e nada foi feito. Estamos sem esperança”, comenta Juliana moradora da região há 20 anos.
Com o matagal grande e sem visibilidade do córrego Rio Arapongá, no Jd. Nazaré, o número de acidentes só é minimizado porque os próprios moradores já sabem da situação, que ali existe um córrego, porém os visitantes que por ali passam se chocam com tamanha falta de sinalização. “Já perdemos as contas das pessoas que se acidentaram por conta deste córrego, pois o mato é grande e quem não sabe, à noite nem vê que ali tem um córrego. Fora o mau cheiro que faz e toda a sujeira que jogam ai”, diz o jovem Eduardo Rocha que por ali passava.
Algumas ruas do bairro Encosta Norte, também sofrem com a sujeira e com a má pavimentação das ruas, falta de sinalização e pontos de alagamentos por falta de rede de águas pluviais. “Aqui no bairro por onde a gente passa encontra lixos nas ruas e buracos nas vias públicas, calçadas aqui virou lenda, não dá para trafegar, fora os terrenos cheios de lixos que nunca são limpos, muito pelo contrário, se duvidar até ajudam a jogar mais entulhos ainda ”, disse o aposentado Geraldo Mota, morador há 40 anos, se referindo à subprefeitura local. Na Rua Crescente, Jd Campos, a inauguração de uma praça não é garantia de área verde de qualidade. Sem manutenção, os lugares são rapidamente esquecidos pelos órgãos públicos e acabam não sendo utilizados pela comunidade, virando ponto de encontro de desocupados. “Não dá para ser usado, nossas crianças não podem brincar no meio de tanta sujeira, dá para notar que até mesmo os equipamentos de playground são antigos e estão quebrados porque ficaram sem manutenção”, lamenta a moradora Edna.