A Historia do Itaim Paulista (1611 - 2013 - Principais Fatos)


 Dos documentos históricos dos bairros da cidade de São Paulo, grande parte acha-se perdida em virtude da pouca importância que sempre deram a esses elementos preciosos à restauração da verdadeira história dos bairros, alguns tão antigos quanto à história da cidade de São Paulo, como os bairros de Pinheiros e São Miguel Paulista. A nossa história é suscetível ainda de profundas modificações por um único motivo: a história de nossa região até pouco tempo não tinha sido realmente escrita. E isso pela simples razão de que não é possível escrever a verdadeira história de um lugar por meio de deduções oriundas do estudo de limitado número de documentos. Às vezes, um investigador mais paciente consegue pelo trabalho ou por acaso, desenterrar e salvar de arquivos pouco guardados e sem organização, um ou outro documento capaz de modificar por inteiro determinado episódio já considerado definitivo pelos historiadores. Sobre o Itaim Paulista praticamente nada existia publicado, alguns poucos subsídios foram colhidos em publicações restritas e de interesse meramente histórico.

As origens históricas do bairro

Em leve declive das colinas para a margem esquerda do Rio Tietê, sempre coberta de luxuriante vegetação campesina, pontuada aqui e ali por capões de mato, irrigada por vários ribeiros nascidos entre várias colinas, inundados periodicamente pelo rio que lhe corria aos pés, e que ao baixar suas águas deixava as lagoas convertidas em piscosos viveiros e exuberante campinas.
Com a descida das águas, os campos cobriam-se de verdejante vegetação, as lagoas povoavam-se de pernaltas, desde a garça elegante ao desajeitado jaburu, de marrecos e patos selvagens em parceria com as pacas, veados, capivaras e antas, além da grande quantidade de peixes que a generosidade do rio amigo deixava repletos os alagados. A várzea do Tietê, no Itaim Paulista, ocupava uma área larga, chegava a ter 1 km, sendo recoberta por um manto vegetal de caráter arbustivo e bastante denso. Através desta planície desenvolve-se o rio Tietê, com seus conhecidos meandros, tornando lenta a corrente e favorecendo os alagamentos em épocas das chuvas. 
Destacavam-se, pela sua importância, as várzeas dos córregos Água Vermelha, Lajeado, Itaim e Três Pontes, todas guardando o sentido N – S, que  também é de seus cursos.
O traço marcante na paisagem natural da região de Itaim era dado pela presença das planícies de aluvião. A altitude do seu relevo alcança no máximo 900 metros; a média oscila entre 750 e 800 metros.  
Nesta privilegiada região, no início do século XVII nasceu o Itaim Paulista, conforme está registrado na carta de Sesmaria, datada em 21 de junho de 1611, outorgada pelos representantes da coroa portuguesa  ao paulista Domingos de Góes, filho e neto de colonizadores portugueses que aqui aportaram na primeira esquadra colonizadora chefiada por Martim Afonso de Souza, em janeiro de 1532, ocasião em que foi fundada a cidade de São Vicente.

"Carta de Dada de Terras de Sesmaria"


A Sesmaria é datada e registrada no cartório de Santos em 21 de junho de 1611, portanto, documento oficial. Pela sua fundamental importância no contexto histórico do Itaim Paulista, transcrevemos na íntegra, o seu conteúdo.
“Translado de uma petição e de uma carta de dada de terras de sesmaria de Domingos de Góes morador na Villa de São Paulo”
“Domingos de Góes morador da Villa de São Paulo de trinta e mais annos a esta parte que nas occasiões que se hão offerecido para defensão da capitania nas guerras que nella há havido sempre se há achado e há feito o que de sua parte estava obrigado e a todo e que pelos capitães della lhe há sido ordenado e há doze annos que é casado e tem muitos filhos e não tem onde que se fizesse pelo que pede a vossa mercê em nome do senhor Lopo de Sousa como seu logo-tenente e procurador bastante que lhe faça mercê dar-lhe um capão de matto virgem que terá quatro ou cinco tiros de frecha de comprido e dois de latgo pouco mais ou menos: o qual está antes de chegar ao ribeiro de Imbiaciqua no meio de um alagadiço ao longo do caminho que desta Villa de São Paulo vae a Bolgi-mirim da banda esquerda indo para lá e receberia mercê”.
“Gaspar Conqueiro loco-tenente capitão e procurador bastante do senhor Lopo de Sousa capitão e governador por Sua Magestade desta capitania de São Vicente faço saber a todas as justiças que esta minha carta de dada de terras de sesmaria e o conhecimento della com direito pertencer que Domingos de Góes morador na Villa de São Paulo me fez a petição atrás escripta dizendo o conteúdo nella e havendo respeito ao que nella diz e que hei por bem em nome do dito senhor Lopo de Sousa e por virtude de seus poderes bastantes que para isso tenho (...) como de feito dou esta petição se contém para elle e seus filhos para produzir roças e mantimentos (...) o título lha mandei passar no cartório sellada com o sello  das armas do senhor Lopo de Sousa a qual será registrada no livro da fazenda de Sua Majestade conforme a seu regimento que nesta villa de São Paulo aos vinte e um do mez junho, Diogo de Onhate escrivão de Sua Magestade que nesta dita capitania a fez por meu mandado anno do Senhor de mil e seiscentos e onze annos: Gaspar Conqueiro”.
“A qual dita carta de terras de sesmaria eu Diogo de Onhate escrivão da fazenda de Sua Magestade nesta capitania de São Vicente transladei da própria que tornei à parte e vae bem e fielmente transladada por mim e a concertei como official aqui commigo assignado em esta Villa de Santos aos vinte e um do mez de junho de mil e seiscentos e onze annos”. “Concertado por mim escrivão da fazenda Diogo de Onhate e commigo tabellião Antonio de Siqueira”. (grafia original).

A Ordem do Carmo

A data que consta como o ano em que os carmelitas receberam a fazenda "doada em testamento por Lopo Dias em 1621", segundo Manoel Eufrásio de Azevedo Marques em seus “Apontamentos”, publicado em 1872, salvo melhor juízo, deve se referir à data em que ocorreu o registro oficial de posse, visto que os Carmelitas já estavam na posse da fazenda desde 1611, conforme registra documento da criação da vila de Mogi das Cruzes.
Na “Ata da Cerimônia de Elevação de Mogi a Vila”, datado em primeiro de setembro de 1611, consta que estas terras já pertenciam aos carmelitas e que tinham sido de Lopo Dias. O mesmo Manuel Eufrásio de Azevedo Marques, ainda no seu "Apontamentos", reproduz na íntegra a certidão assinada pelo tabelião de Mogi das Cruzes Manoel Rodrigues de Alvarenga "que confirma ser verdade que no cartório desta villa está o foral e a fundação della, mez e anno que se lhe levantou pelourinho, aos três dias do mez de setembro de 1611. (...) lhe assignalou como limite a paragem chamada Embiacica, que é uma légua que fica na fazenda dos reverendos padres de Nossa Senhora do Carmo, a qual foi de Lopo Dias (...). E por ser mandado passei a presente pelos officiais da Câmara aos 3 dias de Outubro de 1672, Manoel Rodrigues de Alcântara". (Grafia original)   
Está claro que em 1º de setembro de 1611, data do foral de Elevação à Villa de Mogi das Cruzes, as terras já estavam em poder dos padres Carmelitas e que as mesmas foram doadas em testamento por Lopo Dias. Em relação às cartas de Sesmarias registradas em nome de Domingos de Góes, a Comissão do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em seu relatório elaborado por ocasião de sua visita em Biacica, em primeiro de junho de 1925, afirma de forma categórica em seu relatório que as terras, em relação à Domingos de Góes, “ter sido a sua posse relativamente transitória”.
A Fazenda Itaim, em meados do século XVII, já alcançava importância em relação à vila de São Paulo. Situava-se próxima à aldeia de São Miguel de Uraraí, onde a capela existente tinha como padroeiro São Miguel Arcanjo. A fazenda pertencia à Província Carmelitana Fluminense, entidade ligada à Ordem do Carmo. Nela foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo, ficou conhecida como Nossa Senhora de Biacica. A construção desta capela remonta o ano de 1682, ainda existente e bem conservada.
Os padres carmelitas transformaram a região em uma grande fazenda que recebeu o nome de Biacica, depois Itaim.

Visita do Instituto Histórico a Biacica

Ao leitor amigo pedimos suspender, por momentos, o esboçado sorriso de incredulidade e ler o porquê da peremptória afirmação de ser esta data a origem do Itaim. Em 1º de junho de 1925, uma Comissão do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, órgão de reconhecida credibilidade, fundado em 1º de novembro de 1894, visita a localidade com a finalidade de atestar as origens históricas do bairro, elabora circunstanciado documento, cujo fragmento transcrevemos: “Ao chegar a Comissão do Instituto a local ao que se destinava não lhe foi necessário qualquer indicação de momento para o reconhecimento da histórica paragem; com todas as características assinaladas na carta de data de 21 de junho de 1611”. Em relação a este documento, em nome de Domingos de Góes, a Comissão do Instituto diz “ter sido a sua posse relativamente transitória”.
A Comissão relata aspectos referentes ao período em que foi construído o velho templo de Biacica, sobre este assunto destacamos este fragmento onde diz “que poderemos, aproximando-se da verdade histórica, aceitar a sua existência já em 1682, ano em que o bispo D. José de Barros de Alarcão, expedindo a provisão de vigário da vara da vila de São Paulo em favor do padre Pedro de Godoy Moreira, inclui no distrito eclesiástico o lugar de Biacica, o que, certamente, não faria se ali ainda não existisse a igreja ou capela”.   Como é sabido, como é indiscutivelmente certa, a nave central da capela de Biacia foi edificada em 1682, portanto constitui-se como um valioso patrimônio histórico e que precisa ser, a todo custo, preservado. O fato de estar hoje circunstancialmente na região administrada pela subprefeitura de São Miguel Paulista, não modifica a história.
A Comissão, composta pelos senhores Afonso Antonio de Freitas, presidente do Instituto, João Baptista Campos Aguirra e Dr. Afonso de Freitas Júnior, conclui o relatório dizendo que “estava terminada a visita e cumprida, com o mais completo êxito, a missão dos representantes do Instituto Histórico (...) cujo desideratum era a reconstrução da história e o restabelecimento da primitiva denominação da paragem visitada”.
Este relatório foi lido e aprovado em sessão do Instituto em 20 de julho de 1925, e publicado no jornal “O Estado de São Paulo”, na mesma época.

O significado da palavra Itaim

O vocábulo “itá”, de origem tupi, que significa pedra, é um dos mais empregados na denominação de lugares no Brasil. É comum encontrar nomes como: Itaquera (pedra velha), Itapuã (pedra redonda), Itaberaba (pedra reluzente), Itaú (pedra negra), Itapecerica (laje escorregadia ou penedo), Itamaraty (pedra alva), Itapetininga (lajeado seco), Itaporanga, (pedra bonita), e tantos outros. Segundo Theodoro Sampaio, no prefixo itá, “(...) o grau diminutivo se forma com a posposição ao positivo das palavras: “mirim” ou “miri” pequeno, ou simplesmente da partícula “y” ou “im”, como, por exemplo, de “Itá”, pedra, “Itamirim” ou “Itaim” ou “Itay”, pedrinha”. Portanto, segundo o mestre tupinólogo, o nome Itaim significa pedrinha ou pedra pequena.


Início da urbanização

Por volta de 1918, famílias tradicionais de São Paulo: Camargo, Silva Teles, Bresser, Seabra, Penteado, Campos, Guedes, Prado, Carvalho, entre outras, conhecedoras de que estava sendo viabilizada a construção de uma estrada de rodagem que ligaria São Paulo ao vale do Paraíba e que também estava projetada uma linha variante da estrada de ferro e que ambas passavam pelas terras colocadas à venda, resolveram investir na região.
Em 1920, os senhores Antonio Prado Jr. e Heitor Freire de Carvalho, diretores proprietários da Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização, adquiriram uma área próxima ao Lajeado onde projetaram um loteamento que deram o nome de “Núcleo Seareiro”. Eram lotes de 5.000 a 10.000 m² para pequenas chácaras. Consistia em uma rua com lotes que faziam frente para a mesma. Inicialmente recebeu o nome de Rua 2, depois Rua do Progresso e atualmente Rua João Antônio de Medeiros. Destas, restou apenas uma que é conhecida como chácara do Tupã, as outras foram loteadas. As primeiras escrituras dessas terras estão registradas nas notas do 5° Tabelião, desta Capital, em quatro de janeiro de 1921, sob o n° 13.580, e no Reg. de Imóveis da 3° Circunscrição da Capital. Em 1921, é colocada a pedra fundamental para a construção da variante de Poá da antiga Estrada de Ferro do Norte, depois, Estrada de Ferro Central do Brasil. 
Em 14 de outubro de 1922, é inaugurado o trecho da Estrada de Rodagem São Paulo a Jacareí. Em 1928, a estrada é ampliada até o estado do Rio de Janeiro.
Em 1924, são dados os primeiros passos para a urbanização, abrem-se as ruas da vila Silva Teles, vila Aimoré e vila Itaim. A primeira, na parte sul da estrada de rodagem, e a segunda, na parte norte, margeando o rio Tietê e a terceira, na parte leste, entre a estrada de rodagem e o rio Tietê.  A iniciativa desses empreendimentos coube à família do Doutor Goffredo Teixeira Silva Teles e esposa Carolina Penteado Silva Teles, aos sócios Doutor Estanislau Camargo Seabra e Dr. João Carlos Mello (vila Aimoré e vila Itaim) e as famílias: Dona Maria Guedes Penteado de Camargo, filha de Ignácio Penteado (Jardim Camargo Velho e Jardim Camargo Novo, Parque Fazenda Velha, Jardim Ida Guedes); os irmãos Geraldo e José Firmino Melo (vila Melo), Dominicano Campos (Jardim Campos, vila Simonte, Jardim Jaraguá, Jardim Olga); Dr. Waldir da Silva Prado (Chácara Dona Olívia), e outras.

Inauguração da estrada de rodagem

Em 14 de outubro de 1922, é inaugurada a estrada de Rodagem São Paulo a Jacareí pelo Dr. Washington Luiz Pereira de Souza, Presidente do Estado (Obelisco original alusivo à inauguração pode ser visitado no bairro de  Monte Belo - Itaquaquecetuba). Em 1928, pelo mesmo Dr. Washington Luiz, agora, Presidente da República, é ampliada até o estado do Rio de Janeiro. 

Variante da estrada de ferro

Em 1921, o Dr. Epitácio Pessoa, Presidente da República, autoriza o início da construção da Variante de Poá, da Estrada de Ferro do Norte (em 1891, a ferrovia passa a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil). Inicialmente projetada para ficar pronta em 1925, por conta das revoluções de 1924, 1928, 1930 e 1932, sofreu um atraso de oito anos. Inaugurada oficialmente, com passageiros, em 1934.


A fábrica Nitro Química

Com a inauguração da variante em 1934, no ano seguinte teve início a construção da Companhia Nitro Química Brasileira ao lado da estação de trem de São Miguel. As suas atividades foram iniciadas em 1937, abrindo a possibilidade de muitos empregos para mão-de-obra não especializada. Isto motivou a vinda de migrantes do Nordeste brasileiro e do Norte do Estado de Minas Gerais que buscavam melhores oportunidades na vida para si e para seus  familiares. 
A fábrica foi o marco que alavancou o desenvolvimento de toda a região leste da capital. Foi inaugurada oficialmente pelo Presidente da República Dr. Getulio Vargas em março de 1940.

A urbanização de forma acentuada

Em 1950, com o crescimento da indústria e da construção civil em São Paulo, cresceu a demanda por lotes populares onde o trabalhador pudesse construir sua casa. É dessa época o Jardim Itaim, primeiro loteamento com lotes urbanizados onde se cumpria integralmente a legislação imobiliária vigente. Projetado pelo engenheiro Alberto Morato Krahcnbuhl em uma área de 451.746 m², na região central do bairro. Hoje, é considerado como “área nobre”. 

O Grupo Escolar

A escola, no bairro, funcionava de forma precária em uma casa na Praça Silva Teles. Em 1950 foi inaugurado o Grupo Escolar de Itaim, que em 1955 passou a se chamar Grupo Escolar Armando Gomes de Araújo, na Rua Hurtado, onde hoje está o Hospital Oito de Maio. Em 1963 foi inaugurado o prédio construído em alvenaria, visto que a antiga escola era de madeira, por isso era conhecida como “grupo de tábua”.

Primeiras escolas do Itaim Paulista

Como mencionado anteriormente, a primeira escola oficial criada no Itaim Paulista foi no ano de 1950. Só na década seguinte foram feitas novas escolas, destas, três estaduais: o prédio de alvenaria do Grupo Escolar Armando Gomes de Araújo; 2º Grupo Escolar de São Miguel Paulista, atual “Escola Estadual Albert Schweitzer”; “Grupo Escolar do Jardim Noêmia”, atual “Escola Estadual Mario Kozel Filho”, três municipais: “Escola Municipal do Jardim Camargo”, atual Escola Municipal de Ensino Fundamental “Ezequiel Ramos Júnior”; Escola Municipal do Jardim Itaim, atual Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professor Carlos Pasquale” e Escola Municipal do Jardim Campos, atual Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonia e Artur Begbie e o antigo ginásio no “Colégio Estadual de Itaim Paulista – CEIP, este ocupava as dependências do prédio do Grupo Escolar Armando Gomes de Araújo”, no período noturno.
Em oito de junho de 1965, entre tantos outros pedidos do povo, um foi encaminhado “no sentido de ser construído o Grupo Escolar do Jardim Marta, no Itaim”. Em três de setembro, o “da Vila Silva Teles”, e assim por diante. 
Na década de setenta, com as mudanças implantadas através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, foram extintos o primário e o ginásio, os dois passaram a se constituir um só curso de oito anos com o nome de ensino fundamental. No Itaim Paulista foram construídas várias escolas para atender a demanda que, a exemplo da população, crescia a olhos vistos. Em cada vila construía-se um prédio. Mas a procura por vagas sempre era maior.
Na década de oitenta, além do ensino fundamental, que atende crianças na faixa etária dos sete aos quatorze anos, a comunidade passou a solicitar a construção de escolas de ensino infantil e creches. 
Em 21 de novembro de 1980, dois pedidos foram encaminhados à Prefeitura, um “no sentido que seja criada uma creche no Jardim Noêmia, Distrito de Itaim Paulista”,    e outro “(...) para o Jardim Camargo Velho, Distrito de Itaim Paulista – AR. ME”. Notamos que já aparece nos documentos o nome “Distrito de Itaim Paulista”, em maio deste ano, o bairro foi elevado a essa condição. 
No começo da década de oitenta, foram construídas as primeiras escolas de educação infantil (EMEI) e creches municipais (CEI). São desta época as creches: Jardim Camargo Velho, Jardim Camargo Novo, Jardim Robru, Jardim Maia, Vila Aimoré, Jardim Silva Teles, Parque Santa Amélia, Jardim Eva, Jardim Carolina, Jardim Miliunas, Parque Santa Rita, (todas construídas na primeira metade da década). Jardim Romano, Jardim Noêmia e Jardim Nazaré, (na segunda metade). As Emeis: no Jardim Itaim, “Capitão Alberto Mendes Júnior”; no Jardim Silva Teles, “José de Alencar”; no Jardim Miragaia, “Leila Diniz”; no Jardim Maia, “Maria Quitéria”; no Parque Santa Amélia, “Maria da Conceição”; no Jardim Robru, “Severino do Ramo“; na Cidade Kemel, “PresidenteTancredo Neves”; no Jardim Camargo Novo, “Ovídio D’Crolly”.
E assim, com as escolas municipais, estaduais, creches, Emeis, construídas da década de noventa aos dias atuais, 2013, somadas às outras, o Itaim Paulista conta com: 31 escolas estaduais; 32 municipais, 14 Emeis e 08 creches municipais diretas (centros de educação infantil) e 01 municipal indireta no Jardim das Oliveiras II, além de algumas entidades que mantém convênio com a Prefeitura e atendem crianças na faixa etária de creche. O bairro conta com escolas de ensino fundamental e ensino de Língua Inglês/Espanhol, e várias de educação infantil (prezinhos), todas particulares.
Em 15 de setembro e 28 de novembro de 2003, foram inaugurados dois Centros Unificados de Educação - “CEU”, um no Parque Veredas, Rua Daniel Pedro Muller e outro no Jardim dos Ipês, na Avenida Marechal Tito, 3400. Nestas duas unidades, em cada uma, funciona uma creche, uma escola de educação infantil e uma de educação fundamental, além de ter piscinas, teatro, tele-centro, biblioteca, quadra poliesportiva e outras atividades. Quem observa esse elevado número de unidades escolares construídas no bairro de Itaim Paulista, imagina que a demanda está plenamente atendida, quem assim pensar comete um grande engano. O bairro não para de crescer em população e a demanda escolar também cresce, isso exige cada vez mais a construção de novos prédios escolares.  Em 31 de agosto de 2008, na Rua Capachos com Rua Catulé, no Jardim Romano, em um terreno de 21.000 m² e com uma área construída de 11.205 m², foi inaugurado o CEU Três Pontes. Com um total de 42 salas de aula: 9 para CEI, 9 para EMEI e 23 para EMEF, sala de informática, laboratório para ciências e espaço multiuso.  As aulas tiveram início em fevereiro para EMEF e EMEI e, em junho, para o CEI. Além do bloco didático, o prédio possui: administrativo, refeitório, biblioteca, tele-centro, duas piscinas (semi olímpica e recreativa), duas quadras poliesportivas (uma coberta) e um anfiteatro com 200 lugares.  Em 21 de abril de 1985, foi inaugurada solenemente pelo Prefeito Mário Covas, em Itaim Paulista, o primeiro “Centro Cultural” (Casa de Cultura) da cidade de São Paulo. Esse local está destinado às atividades culturais e artísticas do bairro. Usa-se também o espaço da Praça Lions Clube, defronte ao prédio, para eventos maiores organizados pela “Casa”.