Nesta última quinta-feira (23), aconteceu uma reunião na ACSP – Distrital São Miguel, convocada por
lideranças do bairro com o objetivo de discutir os
caminhos a serem tomados para evitar a abertura da nova estação da CPTM, cuja
entrada principal será pela Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, mais conhecida
como “Praça do Forró”.
Disse um comerciante da Rua
Salvador de Medeiros que a informação de abertura da nova estação foi passada
por pessoas que trabalham na obra e que está programado para acontecer no
próximo dia 10 de junho, inicialmente funcionando as duas estações juntas (uma
para embarque e a outra para desembarque) e depois de 5 dias encerraria as
atividades na velha estação.
Até aí tudo bem, não fosse um
pequeno detalhe para a CPTM, mas de crucial importância para o comercio de São
Miguel que será a abertura dessa nova estação sem estar funcionando a alça de
acesso ao centro comercial. A indignação dos comerciantes é que estava previsto
no projeto da estação nova, duas alças de acesso, uma para o Jardim Lapenna e
outra para o centro comercial e ainda a instalação de um Shopping ou de um “POUPATEMPO”,
onde hoje se encontra a velha estação.
Segundo nos informou o jornalista Gilberto Travesso do blog
Notinhas de São Miguel, em maio de 2012
o vereador Ricardo Teixeira foi recebido na CPTM pelo diretor de
planejamento Silvestre Eduardo que apresentou o projeto da nova estação prevendo
a construção de um shopping, um terminal
de ônibus e a entrada e saída para a Rua Salvador de Medeiros.
Agora querem fazer um absurdo desse, abrir a nova
estação sem a alça de acesso para a Salvador de Medeiros é o mesmo que condenar
à falência, boa parte dos comerciantes daquela rua e das outras ruas do centro
de São Miguel, disse outro comerciante que prefere não se identificar.
Há também o problema da alça de acesso para o Jardim
Lapenna, onde residem milhares de pessoas que teriam que dar uma longa volta
para chegar à nova estação. Pelas informações que recebemos essa alça já se
encontra licitada enquanto a alça ligando o centro comercial do bairro está
apenas projetada, sem qualquer previsão de início das obras. Ou seja, até que
ela esteja pronta, muitos comerciantes já estarão amargando pesados prejuízos,
uma vez que a principal origem de seus negócios é derivada do fluxo de pessoas
que entram e saem da estação, todos os dias.
Para Toninho, representante dos ambulantes na
reunião da ACSP`, “bastam seis meses sem o fluxo de pessoas que saem da estação
para quebrar boa parte dos comerciantes e ambulantes.
Compôs a mesa o Superintendente da ACSP-Distrital
S.Miguel, Fernando Velucci, os jornalistas Gilberto e Idevanir, Nonô presidente
do Conseg, Jones representando os comerciantes e Toninho representando os
ambulantes.
A reunião foi aberta pelo superintendente Fernando
Velucci que em seguida passou a palavra ao jornalista Gilberto Travesso e
sucessivamente todos expuseram suas opiniões. Já caminhando para o fim da
reunião ficava claro que enquanto os jornalistas Gilberto Travesso e Idevanir
Arcanjo defendiam denunciar essa atitude, “no mínimo questionável da CPTM”, o
Nonô presidente do Conseg defendia o diálogo através de uma comissão a ser
formada por algumas personalidades de São Miguel. Diante do impasse e da
posição desconfortável do novo superintendente da ACSP, que até tentou encerrar
a reunião sem uma definição clara dos caminhos a ser tomados, Idevanir
acostumado a embates dessa natureza, pediu a palavra e sugeriu a votação para
acabar com o impasse, sendo vencedora por ampla maioria a posição defendida
pelos dois jornalistas.
A reunião decidiu por tornar pública a situação,
através dos blogueiros presentes e do Jornal Acontece Agora. Caso seja necessário,
entrar com mandato de segurança contra a CPTM, em razão da inauguração parcial
da estação, pois prejudicará o comércio local. Por outro lado decidiu fazer uma
mobilização na porta da estação no próximo dia 10, com faixas e apelo à grande imprensa,
com o objetivo de mostrar o descontentamento do povo de São Miguel com a
abertura da nova estação sem as alças de acessos.
Forças Ocultas conspiraram pelo
cancelamento da reunião?
Movimento Pró Metro da Variante Leste e Desperta São Miguel
Divaldo Rosa presidindo reunião do Movimento Pró Metrô da Variante Leste na ACSP-Distr.S.Miguel em 93 |
Essa luta pela modernização da linha da CPTM que passa
por São Miguel começou há muito tempo e uma das principais iniciativas
populares foi a criação do Movimento Pró Metrô da Variante Leste, e por um
movimento dos moradores do Jardim Helena, exigindo uma estação no bairro. “Em
1993 reunimos cerca de 200 pessoas nesta mesma casa, diversos parlamentares e o
então presidente da CPTM, que assumiu o compromisso com o início da
modernização da linha e implantação de 3 novas estações (Vila Silvia – USP
Leste, Jardim Helena e Jardim Romano). Em 2003, iniciamos outro movimento em
defesa do centro de São Miguel denominado Movimento Desperta São Miguel, também
liderado por mim e pelo empresário já falecido Roberto Betetti, cujo principal
objetivo era chamar a atenção das autoridades para a necessidade de revigorar o
centro do bairro. O Jornal
Acontece Agora mais uma vez dará todo apoio a esse Movimento, assim como fez no
passado com outras lutas, como o Movimento Pró Metrô da Variante Leste,
Movimento Desperta São Miguel, Movimento pela Universidade Pública e Gratuita
na Zona Leste e o Movimento Diga Não ao Cadeião. Vencemos todas essas lutas”,
frisou o diretor do Grupo Acontece,
Divaldo Rosa.