Novas sacolinhas são instrumento de educação ambiental

O novo modelo de sacola dá instruções sobre como descartar corretamente o lixo. Quase 70% das residências da Capital já são atendidas pela coleta seletiva e objetivo é aumentar a adesão da população
Estabelecimentos comerciais de toda a Capital passaram nesta semana a disponibilizar aos consumidores um novo tipo de sacola, fabricado com bioplástico nas cores verde e cinza. Além de poluírem menos o meio ambiente, as sacolinhas são um instrumento de educação ambiental, porque são estampadas com instruções sobre o descarte correto do lixo. A ideia é ampliar a adesão da população à coleta seletiva, que já atende a quase 70% das residências da cidade.
Em entrevista coletiva, o secretário Simão Pedro (Serviços) afirmou que a medida está acompanhada de um plano de ampliação da reciclagem na cidade. “Antes, somente 36% das residências eram atendidas. Só com as duas centrais mecanizadas novas que nós implantamos no segundo semestre de 2014, nós ampliamos em 10 distritos novos a coleta seletiva e universalizamos em 40 distritos, chegando a 68% das residências com o serviço”, afirmou o secretário. A meta da Prefeitura é universalizar a coleta seletiva na cidade e atingir a reciclagem de 10% dos resíduos domiciliares em 2016. Atualmente, o serviço atende 86 dos 96 distritos de São Paulo.
Nos bairros em que a coleta seletiva é realizada, a população poderá utilizar as novas sacolinhas verdes para descartar os recicláveis, como papel, garrafas de vidro, latas e embalagens de plástico. Estes materiais deverão ser colocados na rua para coleta no dia e no horário programados para a coleta seletiva, realizada em geral uma vez por semana, em horário diferente da coleta regular. Nos locais em que ainda não há coleta seletiva, uma alternativa é o descarte dos recicláveis em um dos 80 ecopontos da Prefeitura ou em cooperativas de catadores.
“Ao colocar os recicláveis para a coleta seletiva, ou ao levar estes resíduos para o ecoponto, o cidadão pode confiar que o lixo vai ter um destino ecologicamente e socialmente adequado, evitando danos ao meio ambiente e ajudando as cooperativas a realizar o seu trabalho”, disse Simão Pedro. “Estamos fazendo um esforço para mudar o paradigma da coleta e as sacolas são um poderoso instrumento de comunicação”, explicou.
Entre as informações contidas nas sacolas estão exemplos de produtos que podem ser descartados naquele tipo específico de sacola e também os que não são permitidos. A proposta é que a sacola cinza do novo modelo seja utilizada para o descarte do lixo que não pode ser reciclado, como fraldas, restos de alimentos ou papel higiênico. Tanto na coleta seletiva quanto na coleta comum também podem ser utilizadas outras embalagens comumente adotadas pela população, como as sacolas brancas, do modelo anterior, ou sacos de lixo pretos, por exemplo. A população que mora nos bairros que não são atendidos pela coleta seletiva não será fiscalizada quanto ao uso correto das novas sacolas.
Segundo a Secretaria de Serviços, o novo modelo de sacolas já é adotado por estabelecimentos responsáveis por 70% da distribuição dessas embalagens. A secretaria coordena atualmente um grupo de trabalho composto pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), por representantes da indústria fabricante das sacolinhas e dos trabalhadores da indústria química e de plásticos, pela Federação do Comércio (Fecomércio), pelo Sindicato da Indústria de Panificação e pelo Sindilojas, que representa lojistas dos shoppings centers. O objetivo é esclarecer dúvidas e buscar alternativas mais adequadas para cada modalidade de estabelecimento.
As regras atualmente em vigor estão previstas na Lei Municipal 15.374, conhecida como lei das sacolinhas, que foi regulamentada pelo prefeito Fernando Haddad no dia 7 de janeiro deste ano, após a justiça considerá-la constitucional. Sua implementação será realizada com orientações e advertências, de forma a estimular a transição para o novo modelo. “O que interessa não é aplicar multa, é criar um movimento na cidade para a reciclagem. A cidade vai se adaptar aos poucos e contamos com o esforço dos cidadãos e dos comerciantes neste processo educativo”, explicou Simão Pedro. O fornecimento ou a venda de sacolas plásticas comuns ou as sacolinhas brancas utilizadas anteriormente são vetados.