Subprefeituras da Zona Leste investem zero nas áreas de risco

Informações do Sistema de Orçamento e Finanças (SOF) da Prefeitura de São Paulo revelam que das 31 subprefeituras, 15 não realizaram obras ou serviços nas áreas de riscos geológicos previstas no orçamento deste ano. A média de execução liquidada na cidade até 30 de novembro para intervenções nessas áreas problemáticas, incluindo também o valor orçado para a Coordenadoria das Subprefeituras, é de apenas 8%. Estão autorizados no orçamento para essas obras total de R$ 139 milhões, mas foram efetivamente investidos somente R$ 11 milhões.
De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB) aproximadamente 1 milhão de famílias vivem na cidade em áreas consideradas de risco. As moradias em situação precária estão situadas em encostas e fundos de vales, áreas sujeitas a deslizamentos de terra e que podem provocar acidentes, principalmente em épocas de chuvas.
Com exceção da Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba com 17% e da Subprefeitura de São Mateus com 30% já investidos, as demais nove subprefeituras da Zona Leste registraram zero de execução. São elas as Subprefeituras Penha, Ermelino Matarazzo, São Miguel, Itaim Paulista, Mooca, Aricanduva/Formosa, Guaianases e Cidade Tiradentes. Itaquera ficou de fora deste tipo de dotação.
Outras três subprefeituras da Zona Oeste - Lapa, Pinheiros e Butantã - também tiveram zero de investimentos, embora tenham recursos disponíveis no orçamento destinados para as áreas de risco.
Até mesmo a Coordenadoria das Subprefeituras registra baixa execução com gastos de apenas 1% em áreas de risco. Dos R$ 92 milhões, foram liquidados R$ 878 mil. A Subprefeitura com maior volume de recursos para combater áreas de risco é do M'Boi Mirim. Do montante de R$ 13 milhões, foi investido R$ 1,6 milhão (12%).
Cidade esquecida - "O prefeito Kassab ficou preocupado em criar seu partido e se esqueceu de administrar a cidade. É vergonhoso verificar que existem subprefeituras com execução zero nas áreas de risco", comentou a vereadora Juliana Cardoso (PT). "Temos inúmeras famílias vivendo nessas áreas e, infelizmente, com riscos de vida. Nessa gestão a rotina é culpar São Pedro, em vez de realizar trabalhos de prevenção para evitar tragédias".